viradas
choro desaguando no peito
motivado pelos erros, pelas falhas inerente ao ser humano
é difícil você enxergar-se pelo avesso
é difícil...
espero que conseguir me desnudar e ver o que é que sou,
pra não mais sê-lo...
alguns assovios
corre vento uivante lá fora
vento que trás de volta o sereno
sereno que bate nas pernas junto com areia fina
da areia, redemoinho...
a chuva forma um sorriso
pingos d'água afagam-lhe as maçãs do rosto
no rosto, ainda de olhos fechados, os lábios pressentem
eis que mesmo passada a hora, ela foi, banhar sua alma...
(em)torno
um sublimar vôo se fez...
no descanso do braço
aquela menina aflita em si mesma queria
um abrigo,
um consolo que fosse...
é difícil pesar os ganhos e perdas
daquela chuva fina
que banhava-lhe o rosto...
o que ela almeja parece inatingível.
como é de propriedade dos devaneios dela.
a ânsia a suga como um relógio
e seu tic-tac, tic-tac, tic-tac...
nada mais parece nítido
só a vontade louca de estar em outro lugar
nada mais a corrói
só aquele desejo insano de se rasgar
ser outra
e não ser mais menina
metamorfosear
como as nuvens
como as ondas
a verdade
[que ela teima em saber que não existe]
não a entende
ou parece não compreendê-la
ainda respira
olha para o nada
mascara-se!
briga com as formigas que lhe sobem a perna
mas cai em si...
levanta a cabeça.
vê as estrelas por entre a chuva que forma
e descobre-se...
já foi...
como o malfadado sentido de viver...
bullshit
[...]
sabe que, às vezes, a gente tem mania de falar besteira?
coisas sem a menor importância, quando re-vistas e analisadas...
aí, você fica pensando, pra que cargas d'águas eu fui me indignar a me incomodar, e pior incomodar outros com algo tão reles...
acho que deve ser, uma dessas coisas de seres humanos.
somos tão imperfeitos e deveríamos assumir isso, parar com essa pretensa mania de querer que tudo se encaixe plenamente.
por isso que vez por outra, dá vontade de ser formiginha! se o primeiro caminho não deu certo, ela dá a volta no cume em vez de discutir, nem fomentar balelas...
pena!
"A imagem é simplesO cheiro embriagaA saliva é de asfaltoO coração ferveEm breve de volta?
A me justificar...
pedem-me justificativas, motivos, pretensões para ser o que é... mas é meio complicado expressar essa vontade que me deu, de entender "por quês" e "o quês" de nordestinos que eu desconheço... Só sei o que sinto! Lembro-me de quando atinei daquilo... Era uma mistura de sensações tão louca, estava embriagada de luz e maravilhada de sons... Aqueles homens dançavam, pulavam, mostravam caretas, soavam pífanos e zabumbas, lutavam com facões que não tinha quem não se encantasse naquela pequena arena pinhada de pessoas... Exarcebava uma nordestinidade às vezes esquecida, no corre-corre dos dias... Aquilo, era lindo e para alguns desconhecido! Aquilo era o movimento das cabaças...
v e r d e j a r ...
às vezes, a gente não tem a dimensão dos enquadros,
(em que vive)
é, meu irmão, os olhos enganam
(iludem)
depois de um pôr-do-sol é que se vê, que aquilo não é mais
(nunca foi)
mas, depois de ver e não de olhar é que se sente
a grama verdejando na pele parece travesseiro de pluma
quando olhava, não via
(ou via, ao longe)
agora
as imagens se constroem como formigas com folhas nas costas
lentamente, mas, efetivamente
o ver
de
já
rouba a cena
e faz a linguagem em trânsito suplantar-me em novas perspectivas
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p.s.: é bom, só ver
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