julho 19, 2006

Voe e foi...

[


Era tão feliz
vivia num mundinho redondinho,
redoma de vidro fosco.
Acho que era por isso que era feliz assim
não vivia, enfim...
Voava com os pés d'água.

Rodopiava feito nuvem,
brincava com o vento,
cantava que não dormiria,
Aquele lugar encantado não existia,
não sabia.

Era só uma daquelas quimeras de criança
de ninguém mais não, não
nem em canção, aquilo se prosopeava.

Um velho sentado no chão,
menininho pedindo pão,
As respostas são sempre não!
Não, hoje não.
Tudo pode esperar,
menos outro devanear...

Era vida de fantasia de carnaval,
Máscaras, futilidades, leviandades.
Neve fria em plena floresta equatorial.
Perguntas vagarosamente tolas
Camisas-de-força.

Feliz, felicidade
o que foi, feito, farás e se repitirás...
Virar?
Perder no vaguear ilusório
cotidianos a se (nos) revolucionar
Dissipar para se achar...


]