junho 23, 2010

viradas

choro desaguando no peito
motivado pelos erros, pelas falhas inerente ao ser humano
é difícil você enxergar-se pelo avesso
é difícil...
espero que conseguir me desnudar e ver o que é que sou,
pra não mais sê-lo...

abril 16, 2010

alguns assovios

corre vento uivante lá fora
vento que trás de volta o sereno
sereno que bate nas pernas junto com areia fina
da areia, redemoinho...

a chuva forma um sorriso
pingos d'água afagam-lhe as maçãs do rosto
no rosto, ainda de olhos fechados, os lábios pressentem
eis que mesmo passada a hora, ela foi, banhar sua alma...

abril 15, 2010

(em)torno

um sublimar vôo se fez...
no descanso do braço
aquela menina aflita em si mesma queria
um abrigo,
um consolo que fosse...

é difícil pesar os ganhos e perdas
daquela chuva fina
que banhava-lhe o rosto...
o que ela almeja parece inatingível.
como é de propriedade dos devaneios dela.
a ânsia a suga como um relógio
e seu tic-tac, tic-tac, tic-tac...

nada mais parece nítido
só a vontade louca de estar em outro lugar
nada mais a corrói
só aquele desejo insano de se rasgar
ser outra
e não ser mais menina
metamorfosear
como as nuvens
como as ondas

a verdade
[que ela teima em saber que não existe]
não a entende
ou parece não compreendê-la

ainda respira
olha para o nada
mascara-se!
briga com as formigas que lhe sobem a perna
mas cai em si...
levanta a cabeça.
vê as estrelas por entre a chuva que forma
e descobre-se...

já foi...
como o malfadado sentido de viver...

janeiro 10, 2009

bullshit

[...]

sabe que, às vezes, a gente tem mania de falar besteira?
coisas sem a menor importância, quando re-vistas e analisadas...
aí, você fica pensando, pra que cargas d'águas eu fui me indignar a me incomodar, e pior incomodar outros com algo tão reles...
acho que deve ser, uma dessas coisas de seres humanos.
somos tão imperfeitos e deveríamos assumir isso, parar com essa pretensa mania de querer que tudo se encaixe plenamente.
por isso que vez por outra, dá vontade de ser formiginha! se o primeiro caminho não deu certo, ela dá a volta no cume em vez de discutir, nem fomentar balelas...
pena!

setembro 04, 2008

"A imagem é simples
O cheiro embriaga
A saliva é de asfalto
O coração ferve

Em breve de volta?

setembro 05, 2007

A me justificar...

pedem-me justificativas, motivos, pretensões para ser o que é... mas é meio complicado expressar essa vontade que me deu, de entender "por quês" e "o quês" de nordestinos que eu desconheço... Só sei o que sinto! Lembro-me de quando atinei daquilo... Era uma mistura de sensações tão louca, estava embriagada de luz e maravilhada de sons... Aqueles homens dançavam, pulavam, mostravam caretas, soavam pífanos e zabumbas, lutavam com facões que não tinha quem não se encantasse naquela pequena arena pinhada de pessoas... Exarcebava uma nordestinidade às vezes esquecida, no corre-corre dos dias... Aquilo, era lindo e para alguns desconhecido! Aquilo era o movimento das cabaças...

março 07, 2007

v e r d e j a r ...



às vezes, a gente não tem a dimensão dos enquadros,
(em que vive)

é, meu irmão, os olhos enganam
(iludem)

depois de um pôr-do-sol é que se vê, que aquilo não é mais
(nunca foi)


mas, depois de ver e não de olhar é que se sente
a grama verdejando na pele parece travesseiro de pluma
quando olhava, não via
(ou via, ao longe)

agora
as imagens se constroem como formigas com folhas nas costas
lentamente, mas, efetivamente

o ver
de


rouba a cena
e faz a linguagem em trânsito suplantar-me em novas perspectivas

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p.s.: é bom, só ver


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