maio 31, 2006

Tic- tac-tic-tac!

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É estranho se dar conta de quantos os 'símbolos' fazem parte de nossas vidas... Os padrões que nos são intrínsecos trazem-me, por vezes, volúpias de desespero, de estar em um enquadramento, de ser aprisionada. Como romper com os modismos, sem cair num novo processo de padronização? São algumas das indagações que permeam o meu cérebro. Como quebrar os ciclos, sem involuntariamente, dar vazão a outros começos? E este novo, como fazer para não torná-lo modelo, a ser copiado? Como romper sem cair no que já existe (ou, já existiu?) Às vezes, acho que estamos, necessariamente, vivemos dentro de tubos que têm inícios, meios e fins e que ao chegar ao desaguar, do rio para o mar, voltamos para outros rios em outros países... Ciclos fechados. Somos relógios infinitamente cronometrados.

A verdade não é unitária, nada é certo, o absoluto é equívoco, generalizar acarreta em errar. Estudo, leio, busco compreender o que os outros disseram, mas... Nunca (olha eu generalizando!), nunca poderei escrever algo que tenha 'valor', por que o valor, o reconhecimento se perde como o ar. O 'valor' é uma mentira inventada, ele se dá e se acaba como a translação dos dias e das noites... Mas, e o poder? Afinal, vivemos sobre o sociedade do poder, onde de algum modo, de alguma maneira cada um tem sua parcela de poder... Mas, por mais que eu queira, não compreendo o 'poder' como sendo 'verdade'...

Essas linhas, isso tudo, não seriam banalidades já pensadas por outros e até já exteriorizadas por outros, não seriam apenas plágios? Dá-me receio de estar somente sendo um instrumento que acha que entende o que lhe é inerente, mais que na verdade não passa de um grão de areia colorida dentro de uma garrafa...

Enfim, é isso ou não...